A Obramax, rede de atacarejo de material de construção do Grupo Adeo (dono da Leroy Merlin), inaugurou hoje sua primeira loja no Brasil. A unidade, que já abre as portas com uma integração total dos canais físico e on-line, demandou aporte de R$ 110 milhões e é a primeira de um plano de expansão que prevê dez operações no prazo de cinco anos.
A próxima abertura deve ficar para o final de 2018 ou o início de 2019, na região da baixada santista. “Em um primeiro momento nosso foco será o estado de São Paulo, mas dentro desse plano de dez inaugurações devemos entrar também em outras regiões”, afirma o diretor geral da Obramax, Michael Reins. De acordo com o executivo, o investimento previsto pelo grupo francês até 2023 vai girar em torno de R$ 1 bilhão.
Apesar da rede também atender o consumidor final, dentro do modelo de “atacarejo”, Reins afirma que a marca não deve representar uma concorrência para a Leroy Merlin, já que as propostas das duas redes são distintas.
No caso da Obramax, o foco prioritário serão os profissionais do setor (engenheiros e arquitetos, por exemplo) e as pequenas e médias lojas de bairro. “Embora eles [a Leroy Merlin] também recebam alguns profissionais e nós alguns consumidores finais, o foco do nosso negócio são os profissionais que gerenciam as obras e os pequenos lojistas. Nesse sentido, enxergamos as duas operações como complementares”, explica o executivo.
A inauguração da rede de atacarejo ocorre pouco mais de um mês depois do Grupo Adeo abrir outra marca no Brasil, a Zôdio – focada em artigos para a decoração da casa. Na Europa, a Obramax opera com o nome de Bricomart/Bricoman e já possui 77 unidades espalhadas por quatro países.
De acordo com Reins, houve uma adaptação do modelo europeu para o mercado brasileiro. Além da mudança do nome, foram feitas alterações no sortimento de produtos, e também em relação a oferta de meios de pagamento para o consumidor pessoa física. “Aqui no Brasil, permitimos, por exemplo, que o consumidor final parcele as compras no cartão de crédito”, diz. A varejista permite também, para empresas que se enquadrarem em algumas exigências, a realização da venda faturada – algo que não ocorre no exterior.
Em relação ao sortimento, o diretor geral da Obramax explica que a primeira unidade da rede abre com 18,6 mil produtos e que os preços terão duas linhas de valores (uma para varejo e outra a partir de um número determinado de itens comprados). A loja tem 5,5 mil metros quadrados (m²) de espaço interno, além de um pátio para pronta entrega (drive-thru) com mais 4,5 mil m².
Apesar da oferta do serviço de drive-thru, no qual o consumidor pode entrar com o carro no pátio, abastecer e pagar na hora, a rede ainda não vai oferecer a solução de “click & collect” (que permite que o cliente compre no e-commerce e retire na loja física). A empresa, explica Reins, avalia se deve disponibilizar no futuro.
OmnicanalidadeMesmo sem a solução, o executivo diz que a rede abre as portas com uma total integração entre os canais da marca (e-commerce, loja e televendas). A associação dos estoques permite que o consumidor inicie a jornada de compra no e-commerce e finalize na loja, ou vice-versa. “Se um consumidor começar um carrinho de compras no comércio eletrônico, vier na loja e se identificar com o CPF, o vendedor terá acesso a todo o histórico.”
No futuro, o executivo vislumbra inclusive a utilização dos dados dos consumidores capturados na jornada de compra para oferecer uma experiência mais personalizada em qualquer um dos canais.
Sobre as perspectivas para o setor de material de construção, o executivo afirma que a empresa está otimista. “O segmento deve ser um dos ramos do comércio que mais vai crescer em 2018. Nos últimos dois anos, os brasileiros seguraram muito as obras e reformas e a retomada da economia e do emprego deve permitir que os consumidores recuperem esse atraso”, projeta. Já em relação aos possíveis impactos da eleição geral no ambiente de negócios, ele diz que não é uma preocupação para o grupo.